terça-feira, 22 de maio de 2012

Maxixe: o “Tango Brasileiro”


      O Maxixe (também conhecido como Tango brasileiro) é um tipo de dança de salão brasileira criada pelos negros que esteve em moda entre o fim do século XIX e o início do século XX. Dançava-se acompanhada da forma musical do mesmo nome, contemporânea da polca e dos princípios do choro e que contou com compositores como Ernesto Nazareth e Patápio Silva. Mas o maior nome na composição de maxixes foi, sem dúvida, o da maestrina Chiquinha Gonzaga.
      Teve a sua origem no Rio de Janeiro na década de 1870, mais ou menos quando o tango também dava os seus primeiros passos na Argentina e no Uruguai, do qual sofreria algumas influências. Dançada a um ritmo rápido de 2/4, notam-se também influências do lundu, das polcas e das habaneras.
     O ritmo, segundo hipótese levantada por alguns estudiosos, foi influenciado pela música trazida por escravos de Moçambique, daí advindo seu nome, que é o nome de uma cidade moçambicana. Ainda hoje, o padrão rítmico da Marrabenta (música moçambicana) guarda semelhanças com os padrões rítmicos do maxixe.



      Hoje, o gênero musical chamado maxixe ou tango brasileiro é considerado um subgênero do choro. Porém, no fim do século XIX e começo do XX, a palavra "choro" designava não um gênero, mas certos conjuntos musicais (compostos de flauta, cavaquinho e violôes) que animavam festas (forrobodós) tocando polcas, lundus, habaneras e mazurcas e outros gêneros estrangeiros de uma maneira sincopada (que acabou sendo nomeado como gênero, o "choro"). O tango Brasileiro foi criado pelos chorões como uma variante altamente sincopada da habanera, gênero cubano que também era chamado tango-habanera (o primeiro uso da palavra "tango" é datado de 1923, em Havana), e que na sua variante brasileira passou a ser chamado tango brasileiro. Na sua forma de música de dança passou a ser chamado de maxixe, que era alvo de fortes preconceitos das elites da época, porque consideravam-no indecente, chegando mesmo a proibi-lo. Dava-se o nome de "Tango Brasileiro" para se esconder a relação com o maxixe dessas composições. Alguns relatos afirmam também uma diferença com relação a harmonia, sendo a do Tango Brasileiro (como os de Ernesto Nazareth) um pouco mais complexa do que de seu "irmão", o Maxixe.
      Na atualidade, o maxixe, enquanto dança, ainda existe nos passos do samba de gafieira, cuja música (que é um tipo de samba extremamente sincopado, por exemplo, o samba de breque e o samba-choro) também preserva muitas estruturas rítmicas do maxixe. Tal como o tango argentino, este estilo foi também exportado para a Europa e Estados Unidos da América, no início do século XX. O samba e a lambada são dois exemplos de danças que devem algumas contribuições de estilo ao Maxixe.





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