O Maxixe (também conhecido como Tango brasileiro) é um tipo de
dança de salão brasileira criada pelos negros que esteve em moda
entre o fim do século XIX e o início do século XX. Dançava-se
acompanhada da forma musical do mesmo nome, contemporânea da polca e
dos princípios do choro e que contou com compositores como Ernesto
Nazareth e Patápio Silva. Mas o maior nome na composição de
maxixes foi, sem dúvida, o da maestrina Chiquinha Gonzaga.
Teve a sua origem no Rio de Janeiro na década de 1870, mais ou
menos quando o tango também dava os seus primeiros passos na
Argentina e no Uruguai, do qual sofreria algumas influências.
Dançada a um ritmo rápido de 2/4, notam-se também influências do
lundu, das polcas e das habaneras.
O ritmo, segundo hipótese levantada por alguns estudiosos, foi
influenciado pela música trazida por escravos de Moçambique, daí
advindo seu nome, que é o nome de uma cidade moçambicana. Ainda
hoje, o padrão rítmico da Marrabenta (música moçambicana) guarda
semelhanças com os padrões rítmicos do maxixe.
Hoje, o gênero musical chamado maxixe ou tango brasileiro é
considerado um subgênero do choro. Porém, no fim do século XIX e
começo do XX, a palavra "choro" designava não um gênero,
mas certos conjuntos musicais (compostos de flauta, cavaquinho e
violôes) que animavam festas (forrobodós) tocando polcas, lundus,
habaneras e mazurcas e outros gêneros estrangeiros de uma maneira
sincopada (que acabou sendo nomeado como gênero, o "choro").
O tango Brasileiro foi criado pelos chorões como uma variante
altamente sincopada da habanera, gênero cubano que também era
chamado tango-habanera (o primeiro uso da palavra "tango" é
datado de 1923, em Havana), e que na sua variante brasileira passou a
ser chamado tango brasileiro. Na sua forma de música de dança
passou a ser chamado de maxixe, que era alvo de fortes preconceitos
das elites da época, porque consideravam-no indecente, chegando
mesmo a proibi-lo. Dava-se o nome de "Tango Brasileiro"
para se esconder a relação com o maxixe dessas composições.
Alguns relatos afirmam também uma diferença com relação a
harmonia, sendo a do Tango Brasileiro (como os de Ernesto Nazareth)
um pouco mais complexa do que de seu "irmão", o Maxixe.
Na atualidade, o maxixe, enquanto dança, ainda existe nos passos do
samba de gafieira, cuja música (que é um tipo de samba extremamente
sincopado, por exemplo, o samba de breque e o samba-choro) também
preserva muitas estruturas rítmicas do maxixe. Tal como o tango
argentino, este estilo foi também exportado para a Europa e Estados
Unidos da América, no início do século XX. O samba e a lambada são
dois exemplos de danças que devem algumas contribuições de estilo
ao Maxixe.
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